O encontro entre João Marinho Neto e o Padeiro da Área 52


A vida do padeiro da Área 52 era um ciclo repetitivo de estudo e solidão em seu esconderijo subterrâneo em Sena Madureira. Seu trabalho com o artefato de poder imensurável ocupava sua mente, mas, em seu íntimo, havia sempre uma sensação de que algo maior o aguardava. Era uma necessidade de ajudar, de tocar a vida de alguém de uma maneira que fizesse diferença.

Foi em um dia comum, após horas de meditação sobre os mistérios do artefato, que o padeiro sentiu, como se fosse uma intuição divina, que deveria sair de seu esconderijo. Algo o chamava. A direção? Ceará, uma terra distante e desconhecida. Mais especificamente, ele sabia que deveria ir até a cidade de Maranguape.

Ao chegar à cidade, o padeiro encontrou-se com um jovem curioso, um cearense conhecido pelo apelido de Coelho, mas cujo nome verdadeiro era João Marinho Neto. Na época, Coelho tinha apenas 13 anos. Embora fosse uma criança, seu olhar era profundo e cheio de inteligência, como se já carregasse o peso de algo maior em sua alma.

O padeiro, intrigado, perguntou ao garoto:

— Coelho, qual é o seu maior sonho?

Coelho ficou em silêncio por um momento, pensativo. Ele não sabia ao certo o que responder, afinal, era apenas uma criança, mas sabia que aquele homem diante dele possuía algo além do comum. Finalmente, respondeu:

— Eu quero viver até os 100 anos. Por que o senhor pergunta?

O padeiro sorriu suavemente, reconhecendo que havia algo especial naquele garoto. Ele então revelou o que carregava consigo:

— Eu possuo um artefato de poder imensurável. Através de seu poder, posso conceder-lhe a chance de viver muito mais do que 100 anos. Mas, para que isso aconteça, você precisa me trazer uma tarefa.

Coelho, com seu espírito astuto e curioso, não hesitou:

— Que tarefa, senhor?

O padeiro, com uma expressão séria, respondeu:

— Traga-me uma folha do pau-branco-louro. É a única coisa que precisarei para que o poder do artefato se manifeste.

Coelho, agora com um propósito claro, partiu em busca da árvore mencionada. O destino, como sempre, brincava com a vida dos seres humanos, e o trisavô de Coelho, durante suas andanças, já havia encontrado e plantado um pé da árvore em sua casa, em um terreno onde Coelho morava.

Coelho correu até sua casa, garimpando folhas daquela árvore mágica. Com três dúzias de folhas nas mãos, retornou ao padeiro, que aguardava em silêncio. O padeiro pegou as folhas e, com um gesto fluido, agitou o artefato de poder imensurável no ar. Um raio de luz esmeralda irrompeu, envolvendo o corpo de Coelho e penetrando profundamente em seu ser.

— Está feito — disse o padeiro, com um sorriso satisfeito.

Naquele instante, Coelho sentiu uma onda de energia atravessar seu corpo, como se o tempo houvesse se dobrado ao seu redor. O poder do artefato havia sido ativado, e, a partir daquele momento, ele viveria muito além da expectativa humana.

Anos se passaram, e João Marinho Neto, conhecido como Coelho, se tornou um homem de longevidade extraordinária. O tempo parecia não tocá-lo. Sua saúde permanecia intacta, e sua mente, afiada como sempre. Quando ele finalmente atingiu os 100 anos, e ainda se mantinha forte e saudável, ele se tornou uma lenda.

Hoje, o Livro dos Recordes conta com João Marinho Neto como o homem mais velho do mundo, um recorde que ninguém jamais havia sonhado alcançar. E assim, o padeiro da Área 52, com sua jornada entre os tempos e sua habilidade de alterar o destino, teve seu pequeno, mas significativo, impacto no grande tecido do universo.


Por: Josafá Dantas 

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